Isto é um resumo de um vídeo animado chamado “Os Poderes Secretos do Tempo”, adaptado de um chat com o Prof. Philip Zimbardo. O Prof. Philip Zimbardo é um psicólogo de renome.
Nós encorajamos-vos a lê-lo aqui ou a ver o vídeo em
http://www.youtube.com/watch?v=A3oIiH7BLmg
e, de seguida, comente-o no fim do artigo.
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Há 6 zonas temporais principais onde as pessoas se situam, duas focadas no passado, duas no presente e duas no futuro. As pessoas focadas no passado lembram os bons momentos. Essas são as que guardam registos e fotos de família, etc. Outras apenas focam no arrependimento e no fracasso. Esses dois tipos de pessoas são chamados de passado positivo e passado negativo.
No presente temos o hedonismo, onde as pessoas vivem o prazer e evitam a dor, outras dizem “a minha vida é fadada pela pobreza, pela religião, pelas condições etc.”.
A maioria das pessoas é de orientação futurista. Aprendemos a trabalhar em vez de nos divertir; resistindo à tentação. Para ser de orientação futurista tem que acreditar que quando decide algo eventualmente isso acontece. Se houver uma grande inflação, não deposita dinheiro no banco porque não consegue acreditar no futuro. Se a sua família for instável, os adultos não conseguem manter as suas promessas.
Quanto mais próximo estiver do equador, mais é de orientação presente. Quanto mais está num ambiente onde o clima não muda, menos está acostumado a mudar.
Os protestantes têm um PIB maior que os católicos devido à sua ética religiosa e ao conceito de que o trabalho duro evidencia que são o povo escolhido por Deus.
Philip Zimbardo (o orador) vem da Itália, onde existe o movimento político “La Liga” para dividir Itália ao meio e ter norte e sul divididos logo abaixo da Toscânia. As pessoas do norte dizem “nós fazemos todo o trabalho, as pessoas do sul são preguiçosas, querem ter filhos e longos jantares, etc.”, as pessoas do sul dizem “eles não são italianos, são alemães, etc., comem iogurte em vez de massa”. “La Liga” teve 14% dos votos.
É verdade, as pessoas do norte são mais de orientação futurista e as pessoas do sul são mais de orientação presente hedonista ou orientação positiva do passado. Um poeta falou ao orador e disse que nada é acabado na Sicília (de onde o orador é) porque não há futuro no dialeto siciliano.
Então se muitas pessoas partilham uma perspetiva do tempo, isso carateriza uma nação.
O livro A Geography of Time (Uma geografia do tempo) de Robert Levine observa o ritmo de vida em vários países. A perspetiva do tempo é como as pessoas organizam o seu tempo, outra forma de orientação do tempo é o seu senso de duração: quanto tempo passa enquanto está numa determinada situação, isso afeta quer esteja aborrecido quer esteja entusiasmado.
Em culturas diferentes, as pessoas têm um ritmo diferente de vida, isso pode ser medido vendo o quão rápido caminham, quanto tempo demoram para enviar algo, etc. O ritmo de vida nas cidades também pode ser medido dessa forma. Nos EUA, classificou-se 60 cidades e naquelas com o ritmo de vida mais acelerado, as pessoas têm mais problemas cardíacos.
Todos nascem como presente hedonista. O orador acredita que o trabalho das escolas é fazer com que as pessoas sejam mais de orientação futurista ou mais de orientação do passado. Nos EUA a cada 9 segundos uma criança abandona a escola e essa estatística agrava-se nas minorias e é mais incidente nos rapazes do que nas raparigas.
Essa é uma receita para o desastre entre os jovens americanos. Não é só mau desempenho, um estudo recente mostra que ao completar 21 anos, um jovem gastou 10,000 horas a jogar videojogos sozinho e, provavelmente, mais a ver pornografia sozinho. Isso significa que não aprenderam as competências sociais e que vivem num mundo que eles criam: os jogos são emocionantes. Os cérebros dos jovens estão a ser reorganizados digitalmente, assim não se habituam à sala de aula tradicional que é analógica: não tem controlo, as pessoas falam contigo e as crianças precisam estar agora num sistema educativo no qual controlam algo. A escola é passiva e preocupada com o ensino de bases para o futuro, sem retorno imediato.
Todos os vícios são vícios do presente hedonismo: comida, sexo, drogas, jogos do azar etc. Toda a educação é projetada para crianças com orientação futurista que não são o problema. Isso diz-nos as más consequências de fazer o que fazemos e as crianças com orientação futurista já sabem disso. As crianças com orientação presente sabem as consequências mas não conseguem determinar a causa para poderem mudar o seu comportamento, que é a perspetiva do poder do tempo.
Estamos a subestimar a influência que a tecnologia tem sobre os cérebros dos jovens. As crianças não usam relógios já que estes são aparelhos de função única, e, como tal, uma perda de tempo. Segundos são o que importa. A maioria dos americanos irritam-se pelo tempo que levam para iniciar o seu computador ou transferir algo. Mais do que um minuto já deixa as pessoas zangadas. Esperar é uma perda de tempo.
Há uma mudança fundamental na nossa cultura; as crianças são totalmente diferentes do que nós eramos devido a essa revolução no tempo. As pessoas (todas) sempre dizem que estão mais ocupadas do que estavam antes e que sacrificam amigos, família e o sono pelo sucesso. Se tivessem um dia extra na semana iam gastá-lo a trabalhar mais. Há 20 anos atrás, 60% das famílias comiam juntas, agora, só 20% delas fazem isso (famílias americanas). Isto vai contra os valores da família.
Os conflitos podem muitas vezes ser resolvidos através da compreensão das perspetivas do tempo.
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Resumo do vídeo feito pelo Thomas Coleman
Traduzido para o português por Adriana Pequeno
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